segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Patentes podem impulsionar a carreira

Desenvolver uma patente valoriza o currículo e dá destaque para profissionais que direcionam a carreira para a inovação.

Profissionais de áreas científicas ou de softwares estão descobrindo o valor que uma patente pode trazer para o currículo. Ainda consideradas pouco inovadoras, as empresas brasileiras vêm investindo mais em pesquisa e desenvolvimento para manter a competitividade e, como consquência, registrar mais patentes. Essa é uma boa notícia para quem optou ou pretende seguir a carreira de pesquisador. Os pedidos de patentes estão crescendo no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), no ano passado houve 26000 solicitações  e renderam 2800 patentes concedidas. Apenas no primeiro semestre deste ano (2009), o número de patentes já chegou a 2200. Para o pesquisador que trabalha dentro de uma empresa, uma patente faz o currículo brilhar. Apesar de, neste caso,  a patente virar propriedade da companhia, o profissional é citado no documento como o autor ou inventor, o que já traz prestígio ao seu nome, dentro e fora da organização.
Uma patente pode render, ao seu inventor, uma promoção, bolsa de estudos ou até mesmo dinheiro. "Um patenteamento impulsiona a carreira, pois atesta oficialmente a criatividade e a capacidade inventiva, dando ao profissional mais notoriedade no mercado", diz o especialista em propriedade intelectual do instituto inovação, Elimar Pires. As empresas brasileiras começam a descobrir as vantagens de incentivar funcionários a inovar, criando ambientes propícios para o surgimento de novas idéias.
A IBM, que tem sede em São Paulo, por exemplo, teve a primeira patente brasileira registrada em 2003. De lá para cá foram 17 certificados. Um dos autores é o engenheiro de computação Alcântaro Jovanco, de 38 anos, que desenvolveu um sistema e uma metodologia de comunicação com os fornecedores, clientes e parceiros. Na época que realizou o seu trabalho, Alcântaro era arquiteto de TI. Hoje ocupa o cargo de gerente do centro de tecnologia Linux. "Oresultado me deu muita exposição dentro da empresa no Brasil e no exterior", diz ele, que vê na patente um diferencial permanente para o currículo. "Se um dia eu quiser me recolocar, sei que a patente representará uma vantagem". O Brasil, no entanto, pode melhorar muito no quesito inovação, o que deve ser uma oportunidade para profissionais brasileiros.
Para ter uma idéia, a IBM da índia obtém 50 patentes por ano e a da China, 20. O próprio Alcântaro reconhece que sua patente nasceu de uma necessidade prática. Ele vislumbrou uma solução para um problema que tinha e começou um trabalho individual para resolvê-lo. "Só então fui me informar sobre o processo de patenteamento", diz. Estar atento a oportunidades de inovar também é uma qualidade para profissionais de pesquisa. Ao contrário do estereótipo do cientista nerd, as empresas querem pesquisadores que tenham conhecimento técnico, mas também um olhar para o mercado. Tanto que as empresas mantêm programas de sugestões abertos a todos os funcionários.
Desenvolver um invento por conta própria, fora de uma empresa, também é possível e pode ser ainda mais gratificante, já que o autor além de figurar comoinventor é também o proprietário da patente, tendo direito exclusivo da exploração comercial da sua criação.
"Financeiramente dá mais retorno, pois há assédio de grandes empresas, que podem se interessar em pagar pela compra ou licenciamento da novidade", diz Elimar Pires. Obviamente um profissional independente não contará com os recursos da empresa para desenvolver sua pesquisa. Para quem desenvolve um trabalho autônomo, ou pesquisa acadêmica, sem o respaldo de um empregador, o tino empreendedor é fundamental. "Uma solução recorrente na universidade é criar uma microempresa", diz Renata Horta, coordenadora de educação para a inovação do Instituto Inovação.

PARA GUARDAR
Há dois tipos de patentes, a patente de invenção para novos produtos e processos, que tem validade de 20 anos, e outra  para melhorias funcionais, ou seja, que aprimorem o uso de objetos já existentes, com validade de 15 anos. De forma geral, qualquer pessoa pode entrar com um pedido de patente, mas obter uma não é tão fácil. "É preciso que a idéia seja novidade absoluta, que nunca tenha sido executada nunca e em nenhum lugar do mundo", diz Leila Freire Falconi, coordenadora técnica de patentes do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Também são proibídas por lei, patentes relacionadas à inovações prejudiciais à saúde e que afrontem a moral e os bons costumes. Outra determinação é que a criação tenha aplicabilidade industrial. Criações literárias e obras de artes competem à área de direitos autorais.

(Fonte: Revista Você/SA - Edição 0138)


quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

MICROSOFT PERDE RECURSO POR QUEBRA DE PATENTE DO WORD

SEATTLE (Reuters) - Um tribunal de apelações dos EUA manteve nesta terça-feira uma decisão judicial anterior que condenou a Microsoft a pagar 290 milhões de dólares por violar a patente de uma pequena empresa canadense de softwares.
A decisão do tribunal pode sinalizar o fim de uma longa disputa entre a Microsoft e a i4i, empresa de softwares com sede em Toronto.
Em 12 de agosto deste ano, um tribunal federal no Texas decidiu da i4i na ação aberta pela empresa contra a Microsoft pela violação de uma patente sua em relacionada ao uso do código XML nas versões do Word 2003 e 2007.
Na ocasião a Microsoft foi condenada a pagar uma indenização de mais de 290 milhões de dólares e o tribunal concedeu um mandado de segurança à i4i proibindo a Microsoft, maior empresa de softwares do mundo de comercializar as versões do Word contendo a tecnologia patenteada.
O mandado foi suspenso durante a análise do recurso da Microsoft pelo tribunal de apelações. Sob decisão desta terça-feira, que manteve o mandado, a Microsoft não poderá comercializar as duas versões do Word a partir de 11 de janeiro de 2010.

(Reportagem de Bill Rigby - Fonte UOL)